Foi educado numa família católica e apesar de ter percebido, muito cedo, que o pai não seguia tudo o que apregoava, a sua fé nunca foi abalada. Pelo contrário, desde que viu o pai a trair a mãe decidiu ser padre. Mas a sua vocação foi posta à prova por Isabel e numa noite, a tentação foi mais forte do que a razão, com os dois a perderem a virgindade juntos. Miguel sabia que era pecado consumar esse amor, estava arrependido e ia confessar-se, mas Isabel ficou grávida e não havia penitência que expurgasse o seu pecado. É um bom marido e pai, mas, no fundo, sempre culpou Isabel por não ser padre. Tornou-se diácono e foi com orgulho que assumiu as missas, casamentos e batizados quando a aldeia ficou sem pároco. Além disso, é carteiro e sempre que vai entregar cartas e encomendas espalha a palavra de Deus, criticando os hábitos pecaminosos dos habitantes. Tem dois filhos: Lara é ‘problema/competência’ da mãe e a sua esperança está toda no filho, Simão, a quem orienta na fé e não deixa nenhuma tentação aproximar-se. Quando o Padre Orlando chegar à terra, Miguel vai ser acometido pelo pecado da inveja e vai fazer de tudo para expulsar o novo pároco.